O fetichismo da mercadoria é um conceito fundamental da economia marxista, que explora a ilusão gerada pela produção mercantil. Nesse contexto, as mercadorias são vistas como dotadas de propriedades intrínsecas, quase como se tivessem vida própria, influenciando o destino das pessoas. Essa visão é comparável ao fetichismo religioso, onde os objetos são divinizados pelos próprios indivíduos que os produzem.
De acordo com Marx, o fetichismo da mercadoria surge em uma economia marcada pela complexidade da divisão social do trabalho, onde os trabalhadores não têm controle sobre os frutos de seu próprio trabalho. Assim, as relações entre os indivíduos se manifestam principalmente na forma de trocas de mercadorias, em vez de relações sociais claras entre classes.
Nesse contexto, as mercadorias não são vistas como produtos do trabalho humano apropriados pelo capitalista, mas como entidades com vida própria. Essa perspectiva mascara as relações sociais subjacentes, a alienação entre os trabalhadores e os objetos que produzem, e as formas de propriedade existentes na sociedade.
O fetichismo da mercadoria atinge seu ápice no dinheiro, que é visto como uma entidade sobrenatural capaz de conferir poder aos seus possuidores. Acredita-se que a capacidade de comprar tudo esteja intrinsecamente ligada à moeda, quando na verdade essa suposta força é determinada pelas relações sociais entre os produtores de mercadorias.
Portanto, o fetichismo da mercadoria revela uma realidade complexa e muitas vezes oculta nas relações de produção capitalistas, onde as mercadorias ganham uma aura mística que encobre as verdadeiras relações sociais e a alienação dos trabalhadores em relação aos produtos de seu trabalho.